Avaliação psicológica para cirurgia bariátrica

De acordo com a OMS, a obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, geralmente resultado de um desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético. É importante destacar que diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da obesidade, incluindo estilo de vida sedentário, padrões alimentares inadequados, fatores genéticos e ambientais, culturais e fatores psicológicos. Esta condição vai além de uma simples preocupação estética, sendo reconhecida como um fator de risco para uma variedade de problemas de saúde, incluindo diabetes, doenças cardíacas e distúrbios articulares.

Mas, o objetivo aqui não é estigmatizar e nem gerar preconceito, apenas dar uma informação sobre um tema de importância. Pessoas com sobrepeso ou obesidade merecem respeito e precisam ser tratadas com dignidade e vistas não como pessoas obesas, mas como pessoas. 

Não se deve olhar para uma pessoa com sobrepeso ou obesidade com viés de uma pessoa doente ou incapaz, isso além de ser discriminação e capacitismo, gera um sofrimento grande para a pessoa. Sabemos através da ciência que podem haver problemas de saúde, mas isso não significa que todas as pessoas com sobrepeso ou obesidade tenham os mesmos problemas ou limitações. Uma pessoa com sobrepeso ou obesidade pode ter limitações e potencialidades como qualquer outra pessoa, gorda ou magra. Simplesmente dizer que uma pessoa com excesso de peso terá problemas de saúde não é ético e nem correto, pois se trata de um corpo humano, não uma máquina que pode ser 100% provisionada.

Gordofobia

Antes de falar sobre a decisão da cirurgia bariátrica, é importante destacar também uma outra questão: a gordofobia.Esse é o termo usado para explicar o preconceito e a discriminação direcionados a pessoas com sobrepeso ou obesidade. Essa forma de discriminação pode se manifestar em diferentes contextos, como o trabalho, família, escolas, universidades e diversas interações sociais. A gordofobia não apenas perpetua estigmas prejudiciais, mas também pode contribuir para problemas de saúde mental. Imagine como pode ser angustiante existir em um mundo que pode te julgar negativamente pelo simples fato do seu corpo não seguir um “padrão” e te excluir de diversas oportunidades? 

Por isso, é importante a desconstrução da gordofobia, que começa com a promoção de uma cultura mais inclusiva e respeitosa em relação a todos os tipos de corpos. Isso envolve desafiarmos nossos próprios preconceitos, educando-nos sobre os fatores complexos que contribuem para a obesidade e reconhecendo a humanidade e dignidade de cada indivíduo, independentemente de seu tamanho ou forma.

Acredito que com toda essa introdução, já ficou claro que a decisão de realizar ou não uma cirurgia bariátrica deve ser exclusivamente da pessoa, sem pressões sociais e estéticas e sem preconceitos. 

A cirurgia bariátrica

A orientação para a cirurgia bariátrica (também conhecida como cirurgia de redução de estômago), é baseada em avaliações médicas e considerações específicas para cada paciente. Geralmente, a cirurgia bariátrica é considerada quando uma pessoa tem obesidade grave e outras formas de tratamento não foram eficazes. Mas, essa decisão é tomada sempre de acordo com cada paciente.

Para isso, o médico leva em consideração alguns aspectos, como o IMC (Índice de Massa Corporal), que para a cirurgia bariátrica é geralmente considerado para pessoas com um IMC de 40 ou mais, ou para aquelas com um IMC de 35 ou mais que também têm condições médicas relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2 ou hipertensão. Antes de considerar a cirurgia bariátrica, os pacientes geralmente já tentaram outras formas de perda de peso, como dieta, exercício e terapia. Por isso, a cirurgia bariátrica é frequentemente vista como uma opção quando outras tentativas não resultam em perda de peso sustentável.

Mas, a cirurgia bariátrica não é a única solução. É necessário uma mudança significativa no estilo de vida para ser eficaz. Os candidatos devem estar dispostos a adotar hábitos alimentares saudáveis, fazer exercícios regulares e manter o acompanhamento médico e psicológico de longo prazo. É importante observar que a decisão de realizar a cirurgia bariátrica é individual e deve ser tomada em consulta com uma equipe multidisciplinar, que pode incluir cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais de saúde. Cada caso é único, e a abordagem deve levar em consideração as necessidades e circunstâncias específicas do paciente.

A avaliação psicológica

A avaliação psicológica no contexto da cirurgia bariátrica tem o objetivo de avaliar se o candidato está emocionalmente preparado para os desafios que podem surgir antes e após a cirurgia. Mas, não é apenas realizar uma cirurgia e todos os problemas com peso serão resolvidos. Ao contrário, é necessário um cuidado antes e depois da cirurgia, pois todos os hábitos (inclusive alimentares) precisam mudar, para que o excesso de peso não retorne.

Quando a pessoa se submete a uma avaliação psicológica para cirurgia bariátrica, o psicólogo leva em consideração todo o contexto.  Ele começa com uma entrevista inicial com o candidato à cirurgia bariátrica para conhecer o seu histórico de vida e dar esclarecimentos sobre o processo de avaliação. Ele também irá solicitar uma entrevista com os familiares que irão cuidar do paciente no pós-operatório, para compreender a rede social de apoio e o cuidado com o paciente, além de dar esclarecimentos sobre a importância do apoio familiar no pré e pós-operatório. 

Depois ele irá aplicar uma entrevista mais estruturada e mais profunda para identificar possíveis impeditivos para a cirurgia, além de trabalhar as expectativas sobre a cirurgia e a qualidade da percepção corporal. Para confirmar o que foi identificado na entrevista estruturada, o psicólogo parte para a aplicação de testes psicológicos específicos. Vale lembrar que os testes psicológicos são instrumentos privativos da psicologia e somente o  psicólogo graduado e com CRP ativo pode aplicar. Segundo o CPF (Conselho Federal de Psicologia), cabe ao psicólogo a livre escolha do protocolo e escolha dos instrumentos de avaliação, pois a escolha depende de cada perfil e necessidade do paciente.

Por último, o psicólogo realiza a entrevista devolutiva, onde ele irá apresentar o resultado da avaliação psicológica, entregar o laudo psicológico e realizar as orientações para o pós-operatório, pois o paciente precisa se comprometer a realizar psicoterapia com algum psicólogo, para evitar possíveis problemas emocionais e reganho de peso. 

Caso você tenha decidido realizar uma cirurgia bariátrica e já possui o encaminhamento do seu médico, você pode agendar a avaliação psicológica para cirurgia bariátrica, ela pode ser presencial ou online.

Como realizar a sua avaliação comigo? 

1- Quando você estiver com seu encaminhamento médico solicitando a Avaliação Psicológica para Bariátrica, entre em contato comigo pelo whatsapp clicando aqui.
2- Através do whatsapp te darei informações sobre agendamento e procedimentos.
3- Você poderá optar por uma avaliação online ou presencial. Em ambos os casos você receberá o seu atestado e/ou laudo psicológico.

Espero que essas informações tenham te ajudado. Até logo, fique bem!

Referência:
Contribuições da psicologia na cirurgia da obesidade / Aída Regina Marcondes Franques, Maria Salete Arenales-Loli organizadoras. — 1ª edição — São Paulo : Vetor, 2006.

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